“Alan do Índio” é apontado como líder do Comando Vermelho e mandante de ordens repassadas por advogados presos

Líder do Comando Vermelho no Amazonas é acusado de comandar núcleo jurídico da facção à distância

10/11/2025 às 09h48
Por: Lucas Prata
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 “Alan do Índio” é apontado como líder do Comando Vermelho e mandante de ordens repassadas por advogados presos

A Polícia Federal (PF) identificou Alan Sérgio Martins Batista, conhecido como “Alan do Índio”, como o principal líder do Comando Vermelho (CV) no Amazonas e o responsável por comandar, à distância, o núcleo jurídico da facção, desmantelado nesta quinta-feira (6) durante a Operação Roque, um desdobramento da Operação Xeque-Mate.

Segundo as investigações, Alan do Índio enviava ordens a quatro advogados presos em Manaus, que atuavam como intermediários entre os líderes detidos e os integrantes da organização criminosa em liberdade. Os advogados repassavam bilhetes, recursos financeiros e instruções operacionais, garantindo o funcionamento das atividades do CV dentro e fora dos presídios.

Atualmente foragido, Alan é acusado de continuar no comando do tráfico de drogas no estado, mesmo após deixar o Amazonas. A PF aponta que ele vive em uma comunidade do Rio de Janeiro, de onde mantém influência sobre o crime organizado na região Norte.

As autoridades informaram ainda que o traficante passou por múltiplas cirurgias plásticas e utiliza documentos falsos para dificultar sua identificação e facilitar viagens internacionais. Imagens divulgadas pela PF mostram uma mudança drástica na aparência de Alan ao longo dos anos.

Preso em 2017 por suspeita de negociar armas com outras facções, ele foi solto e reforçou seu papel de liderança, tornando-se um dos 13 conselheiros principais do Comando Vermelho, com atuação em diversos estados brasileiros e países da América do Sul.

O superintendente da PF no Amazonas, João Paulo Garrido Pimentel, afirmou que Alan e outros líderes da facção levavam vida de luxo, financiada pelo tráfico internacional de drogas. “Essas lideranças faziam viagens frequentes ao exterior, promoviam a aquisição de veículos e artigos de luxo”, destacou.

Os advogados Ramyde Washington Abel Caldeira Doce Cardoso, Janai de Souza Almeida, Alison Joffer Tavares Canto de Amorim e Gerdeson Zuriel de Oliveira Menezes foram presos em Manaus e são apontados como responsáveis por manter em circulação as ordens de Alan e outros chefes do CV dentro do sistema prisional.

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