Seca do Rio Negro deve ser fraca em 2025, segundo projeção do SGB

A cota atual é de 24,67 m, conforme medição do porto de Manaus

18/09/2025 às 14h34
Por: Redação
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Seca do Rio Negro deve ser fraca em 2025, segundo projeção do SGB

A seca do Rio Negro em Manaus deve ser de intensidade fraca em 2025, segundo relatório do Serviço Geológico do Brasil (SGB) divulgado nessa quarta-feira (17/9). Os níveis previstos estão entre 17,70 metros (m) e 18,90 m. A cota atual é de 24,67 m, conforme medição do porto de Manaus.

O período de estiagem abaixo da cota de 20 m deve ser de 60 a 85 dias, essa é uma cota de referência usada para o monitoramento da navegação, ainda que não necessariamente implique restrições a essa atividade.

Segundo o SGB, Manaus começa a sentir impactos mais severos para a navegação em torno da cota de 16 m e entra em alerta em torno da cota de 17 m. Ou seja, não se prevê impactos significativos a partir dos cenários traçados para a vazante de 2025.

As projeções usam dados da série histórica do rio Negro (1903–2024), que reúne 122 anos de registros, e informações sobre os fenômenos El Niño e La Niña (ENSO), que influenciam os padrões de chuva na Amazônia.

Para 2025, a expectativa é de neutralidade climática, o que sugere condições próximas à média histórica. Esse comportamento contrasta com as secas extremas de 2023 e 2024, associadas a um dos episódios mais intensos de El Niño já registrados.

Tendência de agravamento
A análise da série histórica  confirma uma tendência significativa de agravamento das secas na estação de Manaus ao longo das últimas décadas. “Desde o início do século passado, as mínimas anuais tiveram flutuações de longo prazo, contudo é observada uma redução média de 4,3 cm por ano desde 1970, o que indica que as vazantes têm sido cada vez mais severas”, afirma o pesquisador do SGB Marcus Suassuna. Em 2024, o rio Negro atingiu 12,13 m, o menor nível já registrado, durante a seca extrema que impactou severamente a região.

Além disso, foi identificada forte correlação entre as cotas mínimas e a duração das estiagens: quanto mais baixos os níveis, mais tempo leva para o rio se recuperar. “Essa relação é importante para qualificar a gestão dos recursos hídricos, uma vez que não só o mínimo é importante, mas também o tempo em que alguma restrição de uso pode ser observada”, indica a nota técnica.

O SGB também chama atenção para a variação dos níveis dos rios ao longo do ano, ou seja, a diferença entre níveis mínimos e máximos em um mesmo ano, que tem aumentado nas últimas décadas.

“A diferença entre as máximas e mínimas cotas anuais era de cerca de 8,6 m em 1970 e atualmente essa amplitude média é de 12,8 m, um aumento estimado de 4,2 m. As diferenças entre os níveis máximos e mínimos anuais nos anos de 2023 e 2024 foram de 15,6 e 14,7 m, respectivamente, as máximas variações de nível de todo o histórico de monitoramento em Manaus", explica o pesquisador Marcus Suassuna Santos.

*Com informações da assessoria

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